quinta-feira, 29 de maio de 2008

Inscrições para Bienal na praça


Os interessados em participar das diversas atividades da Bienal Rubem Braga podem se inscrever na tenda montada na Praça Jerônimo Monteiro, em Cachoeiro de Itapemirim. A pessoa precisará ter em mãos o Cadastro de Pessoa Física (CPF). O estande funcionará em horário comercial, das 8h00 às 18h00, até o dia do evento, que acontecerá entre os dias 05 e 08 de junho. De acordo com o curador da Bienal Rubem Braga 2008, jornalista José Carlos Dias, espera-se no evento uma circulação diária de cinco mil pessoas. “A iniciativa de instalar essa tenda na Praça Jerônimo Monteiro originou-se do interesse de popularizar o acesso às inscrições. A Bienal está com uma programação rica e atrativa, que atingirá, positivamente, todos os gostos”, garantiu. Além disso, José Carlos Dias informou que já as escolas do município e região já iniciaram as inscrições de seus alunos e professores. “Por conta disso, é importante que as pessoas assegurem suas presenças nas oficinas, palestras, conferências de suas preferências. Queremos que todos os segmentos participem”. As inscrições também podem ser feitas pelo e-mail da Bienal, enviando o nome, endereço e os números do CPF e Registro Geral (RG) para bienalrubembraga@gmail.com. A Bienal Rubem Braga – evento nacional – oferecerá atrações durante todos os dias. Haverá, inclusive, área de alimentação (que recebe o nome de Bistrô) com a presença da lanchonete Bob’s e de um restaurante, a confirmar. Os participantes poderão se deleitar com apresentação de teatro, música, mostra de cinema e literatura, oficinas, conferência ambiental, espaço feira do livro e palestras e mesas redondas com pessoas renomadas no mundo das letras.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Bienal terá Miéle como um dos palestrantes

O produtor musical e apresentador Luiz Carlos Miéle será uma das atrações da Bienal Rubem Braga 2008 na segunda noite do evento. As palestras e mesas redondas começam na quinta-feira (05/06) com Carlos Heitor Cony que irá abordar o tema “Rubem Braga e a crônica moderna”, com a presença do escritor Zuenir Ventura. Na sexta-feira, de 09h às 12h, será a vez de Zuenir destacar “A crônica como gênero literário brasileiro, com mediação de Francisco Aurélio Ribeiro”. Ainda na sexta-feira, das 14 às 16h30, acontece o encontro dos personagens da biografia “Rubem Braga, um fazendeiro do ar” com Danuza Leão, Tati Bueno e João Henrique Cúrcio, com mediação da escritora cearense Karla Dubiela, autora da obra “A traição das elegantes pelos pobres homens ricos – uma leitura da crítica social em Rubem Braga”. No encerramento das atividades da noite, às 20h, Luiz Carlos Miéle faz palestra sobre a história da música brasileira numa homenagem aos 50 anos da bossa nova.

Sobre Luiz Carlos Miéle: Com mais de 50 anos de carreira, o paulista Luiz Carlos Miéle já foi cantor, ator, locutor, produtor, humorista, diretor, entrevistador e até iluminador.Ele começou na antiga rádio Excelsior de São Paulo com apenas 11 anos de idade. No início da década de 60 veio para o Rio, trabalhar na TV Continental.
No Rio, passou a freqüentar a turma da Bossa Nova e conheceu Ronaldo Bôscoli, o seu grande parceiro e amigo de sempre. Juntos, Miéle e Bôscoli produziram centenas de shows e a assinatura da dupla era uma garantia de sucesso. Até a morte de Ronaldo Bôscoli, eles eram os responsáveis por todos os shows de Roberto Carlos.Mas o sucesso como diretor e produtor jamais o afastou dos palcos e da condição de um versátil showman, caracterizado sempre por muito humor e a elegância de seus smokings, a sua marca registrada.


domingo, 25 de maio de 2008

'1968 foi muito longe, às vezes até demais'

Bem-vindo a 1968! Desde que teve início este maio em que se completam os 40 anos das manifestações estudantis em Paris, o ano que mudou tudo está sendo lembrado e discutido tanto no âmbito internacional quanto no Brasil. Referência no assunto desde o lançamento de "1968 - O Ano que Não Terminou", em 1988, o escritor e jornalista Zuenir Ventura resolveu, para esta efeméride, entrar novamente na máquina do tempo, só que desta vez para destrinchar as continuidades e as rupturas deste ano tão emblemático.
No livro "1968 - O Que Fizemos de Nós", personagens nacionais de destaque da geração meia-oito expõem suas visões sobre o período e como o pensamento da época se desdobrou nas gerações seguintes. Estão lá o cantor e compositor Caetano Veloso, a historiadora Heloísa Buarque de Hollanda, o economista César Benjamim, o deputado Fernando Gabeira, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ministro Franklin Martins e o ex-ministro José Dirceu.
O novo livro está sendo lançado numa caixa, com uma edição revista do primeiro. No próximo dia 6, Zuenir lançará a obra em Cachoeiro de Itapemirim, durante a Bienal Rubem Braga (www.bienalrubembraga.com.br). Otimista, o autor acredita que "olhar para o retrovisor" é importante na hora de seguir em frente, como mostra na entrevista a seguir.

· Qual a razão do fascínio que o ano de 1968 exerce até hoje, 40 anos depois?
Esse é um dos grandes mistérios, essa longevidade que faz com que 1968 ainda desperte tanto interesse e atenção. É impressionante como um ano consegue condensar tanto carisma e atração. Claro que há hipóteses, muitas coisas aconteceram neste ano, no plano da política, da tecnologia, do comportamento. Ele é a síntese de uma década em que o homem foi à Lua, do surgimento da pílula anticoncepcional... esses avanços fazem dele um ano tão carregado de simbologia.

·Você diz que espera que daqui a 20 anos 1968 esteja superado. O que você quer dizer com isso?
Por mais importante que 1968 seja, a vida continua. O mundo e o Brasil não podem ficar presos a um passado, é preciso ir em frente. Mas não adianta simplesmente cancelar 1968, negar a sua importância, pois não é dessa maneira que se supera uma data. Se eu fosse atender a todos os pedidos de palestras sobre 1968 teria que me desdobrar. É importante toda essa discussão, é a partir dela que podemos avançar. É importante olhar para ele para compreendê-lo. Só assim ele vai esgotar seu potencial de lições para o futuro.

·Esse desejo de se querer recriar o 1968, seria uma forma conservadora de avaliar o que foi o ano para a história da humanidade?
É mais, é uma forma perigosa, pois não se pode imaginar que é possível repetir o passado. O passado tem que ser analisado para seus erros não se repetirem. É como em um carro, você usa o retrovisor para seguir em frente. Por mais fascinante que seja o que passou, é necessário seguir em frente. Existe uma tendência de se idealizar o passado. É preciso tomar muito cuidado para não querer mimetizar 68. No livro, o Caetano (Veloso) diz que, para ser parecido, teria que ser muito diferente. Eu procuro não ter uma visão nostálgica, mas crítica. Não quis omitir nenhum problema que 68 encerra.

·Qual é a diferença de 1968 no Brasil e no resto do mundo? E as similaridades?
No Brasil, o 1968 teve uma motivação política, por causa do regime militar. Todas as manifestações eram contra a ditadura. Na França, o movimento foi de libertação sexual, começou na Universidade de Nanterre, com os estudantes reivindicando um dormitório misto, e no Brasil a motivação foi a morte de um estudante (Edson Luís de Lima Souto, em 28 de março, no Rio). A cada dez anos há um 68 relembrado, mas sempre com um conteúdo político. O curioso é que a maior herança de 68 é a revolução dos costumes. Isso de maneira geral, sobretudo no Brasil.

·Dos desdobramentos positivos de 68, você destaca alguns como o maior respeito às preferências sexuais e aos direitos da mulher, e o fortalecimento dos movimentos negro e gay. Poderíamos ter chegado mais longe do que estamos hoje?
É muito difícil trabalhar com hipóteses, 68 foi muito longe, às vezes até demais. Talvez a razão de sua permanência tenha sido por antecipar muita coisa de hoje. É claro que alguns avanços tiveram de ser interrompidos, por exemplo, houve uma contra-revolução sexual que foi a Aids. Mas de maneira geral avançou-se muito. É difícil prever ser poderia ter avançado mais. Hoje há até uma espécie de pisada no freio, no plano de comportamento, os filhos ficam mais tempo na casa dos pais. Os tempos são outros, as preocupações dos jovens são outras, como o desemprego e o futuro incerto.

·É o que define a geração atual?
A própria reação a essas preocupações também a definem. É uma geração que pensa mais no presente até porque o futuro não dá perspectivas seguras. Não quero dizer que a juventude atual seja pior ou melhor que a de qualquer outra geração.

·Fala-se muito nas mudanças comportamentais a partir de então. Até que ponto as liberdades conseguidas não foram confundidas com permissividade, seja, por exemplo, nas relações entre pais e filhos ou no próprio convívio social?
Uma das acusações mais comuns é essa, a de que 1968 seria o culpado pelo desregramento que ocorreu depois. É como querer dizer que todos os problemas de um adulto surgiram na infância. Só que na verdade o problema é do que se fez desse legado. É um viés que não é correto. É uma herança mais plural, não pode ser resumida a esse maniqueísmo.

·Você cita as drogas como o legado maldito daquela época. Mas você fala isso por conta dos efeitos do seu uso ou por conta da guerra que se tornou o seu comércio?
Nos anos 60, havia uma coisa experimental, de expansão da consciência. Hoje ela foi apropriada pelo narcotráfico. E há também o fato de não se saber lidar com elas. Poucos países enfrentam a questão de uma maneira mais social do que policial. As pessoas tratam o seu consumo como um caso de polícia, e é um caso de saúde pública. Não há, a longo prazo, uma solução para essa questão.

·Como foi a sua experiência numa rave?
Nessa tentativa de fazer paralelo da juventude atual com a geração de 68 cheguei a ir a uma rave. Há claramente um vestígio de 68 nessa manifestação musical. Aquele visual psicodélico, de paz e amor, a busca da vertigem, tudo isso continua lá. Mas hoje não existe mais uma ilusão, é simplesmente uma fuga, um divertimento. Um prazer que leva a dependência. A maneira de vivenciar as drogas é diferente. A não ser que se seja ignorante aos efeitos. Não falo no uso recreativo, falo no uso de dependência. É preciso discutir isso sem hipocrisia e encontrar caminhos que não sejam só o da repressão.

·Outra herança negativa que você expõe é a "violência edificante". Essa idéia levou boa parte das organizações contrárias à ditadura para a luta armada, cujas ações eram seqüestros, assaltos a bancos e atentados. A idéia de que os grupos criminosos do Rio, por exemplo, seriam filhos desses tipos de ações é verdadeira?
Acreditava-se na violência legítima, e sabe-se hoje que a violência nem nesses casos é legítima. Na verdade não foi isso o que ocorreu. No encontro dos presos políticos com os presos comuns, na década de 70, o que os primeiros fizeram foi orientar as reivindicações, nas formas de mobilização. É um erro atribuir aos militantes daquela época mais esse pecado.

·Você viveu o 1968 no Rio, a capital mais efervescente do país. Você acha que o Brasil inteiro na época tinha noção do que estava acontecendo?
No Brasil, foi um movimento de classe média e não operário. Acredito que não foi só nos principais centros urbanos que a população sentiu que algo acontecia. Estive em Belém agora para um debate e fiquei impressionado, o movimento chegou lá e foi forte.

·Ziraldo e Jaguar são dois nomes marcantes da geração de 68. Como você vê toda essa polêmica em torno das indenizações de R$ 1 milhão que eles aceitaram receber?
Eu acho que a lei de anistia e um instrumento legítimo e universal de reparação. Todo país civilizado que passou por um regime ditatorial tem uma lei dessa. Houve muita distorção nesse processo de concessão de anistia. Mas dizer que é uma bolsa-ditadura também é uma distorção. Em 1995, o sindicato dos jornalistas aqui no Rio de Janeiro entrou para corrigir aposentadorias defasadas. Logo em seguida, a gente viu que tinha gente que nunca tinha pisado numa redação que estava no bolo para receber esse dinheiro. A primeira coisa que fiz foi retirar meu nome daquela lista e escrevi um artigo no Jornal do Brasil justificando as minhas razões. O superintendente tentou me convencer, dizendo que eu estava abrindo mão de um direito. Agora, com esse caso do Ziraldo e do Jaguar, alguém me disse para eu confirmar se meu nome tinha sido retirado da lista. Liguei para um advogado e descobri que, apesar de ter entregado os documentos para retirar meu nome, ele ainda estava lá. Com essa história eu descobri que é mais fácil você receber essa indenização do que recusá-la. Não se pode julgar a lei de anistia pelas distorções.

·Você parece ser um otimista em relação ao futuro. Em que você baseia esse otimismo?
Sou sim, mas como mineiro, eu tenho muita cautela. A gente está sempre olhando com desconfiança. Apostar no futuro é sempre problemático. Só que acredito que o pessimismo leva a uma acomodação, por isso sou otimista, pela capacidade de ação.

Texto:
Carol Rodrigues
Publicada no Jornal A Gazeta no dia 25 de maio de 2008.

Trecho do livro "1968 - O Que Fizemos de Nós"

Leia o trecho do livro que será lançado por Zuenir Ventura na Bienal Rubem Braga:

A geração de 68, que dizia não confiar em ninguém com mais de 30 anos, está completando 40. Ainda dá para confiar nela? 1968 terminou ou não terminou? Que balanço se pode fazer hoje de um ano tão carregado de ambições e de sonhos? O que restou de tantos ideais? Muitos países que viveram a experiência estão tentando avaliar o seu legado, realizando o julgamento histórico de uma insurreição de jovens que pela primeira vez teve dimensão planetária, ou globalizada, como diríamos hoje. O que foi feito dessa herança?, pergunta-se aqui e em outras partes.
(...) Como eu ia dizendo... ou melhor, como eu disse há vinte anos na introdução de “1968 - O Ano que não Terminou”, a história que eu ia contar começava em um baile de réveillon antecipando simbolicamente aquele carismático ano bissexto que ainda se recusa a sair de cena. A festa foi o capítulo inicial, uma espécie de trailer do que viria em seguida: uma mudança radical ou, como querem muitos, uma “revolução”, talvez a única ocorrida naquele período que, politicamente, se pretendia tão revolucionário - a dos costumes.
Maria Clara Mariani, Marília Carneiro e Maria Lúcia Dahl são aquelas mesmas personagens marcantes do réveillon, do livro e do ano. Elas pertenciam a uma geração de jovens entre 20 e 30 anos que decidiu inaugurar um estilo de vida e experimentar formas alternativas de relacionamento que não reeditassem os compromissos matrimoniais impostos pelas convenções. Nada da hipocrisia dos velhos relacionamentos, nenhuma forma de dominação afetiva, não aos amores servis, fora com as imposições “burguesas” tais como ciúme, fidelidade, monogamia, virginidade. Eram tempos de utopia.
Quarenta anos depois, elas estão em torno dos 65 e são avós. Maria Clara não se casou de novo e tem sete netos; Maria Lúcia, atriz e cronista, voltou a se casar e a se separar, e tem dois netos; Marília é figurinista da TV Globo, teve dois casamentos e três netas. A ligação com a chamada “geração do milênio” permite às três acompanhar de perto as mudanças do tempo, sobre as quais aceitam estabelecer comparações, mas sem a pretensão de dar a última palavra.Elas acham que 1968 terminou, mas continuam falando com carinho dele. Maria Lúcia ainda se diz “apaixonada”, por ter sido o ano em que se decretou um “vamos parar de mentir”, “vamos parar de fingir ser uma coisa quando somos outra”. Segundo ela, “acabou aquela coisa de família com outra família escondida, de garçonnière para levar a amante, fingindo estar às mil maravilhas com a mulher”. Maria Clara não tem certeza se isso acabou mesmo. Considera que o grande avanço se deu no terreno da liberdade pessoal, que pode ser exercida diante de uma grande variedade de opções. Dá o exemplo de uma amiga que tem três netas: uma é ambientalista radical e mora na Austrália; outra freqüenta raves; uma terceira faz faculdade de Relações Internacionais.Já Marília prefere enfatizar o que é agora uma banalidade: poder se divertir. Divertir-se era, por exemplo, viajar, coisa que a profisssão hoje lhe facilita. Naquela época, sentia inveja dos homens que viajavam. “Meus maridos sumiam no mato; agora posso sumir no mato. Quer coisa melhor?”Maria Clara acha que a questão não era apenas poder se divertir, e sim não ter a vida pautada pelos outros. As meninas do século XXI, que podem passar as noites num botequim, acompanhadas ou sozinhas, não desconfiam de que houve uma época não muito distante em que uma mulher não podia freqüentar um bar sozinha.

sábado, 24 de maio de 2008

Resultado do concurso "Sabiá da Crônica"

A Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim, por meio da Curadoria da Bienal Rubem Braga 2008, apresenta o resultado do Concurso Sabiá da Crônica que recebeu 99 trabalhos literários de 14 cidades do Espírito Santo.Os textos, em estilo crônica, são inéditos e cada autor participou com uma crônica e com uma inscrição. O concurso cultural "Sabiá da Crônica" teve como tema "Meio Ambiente" e a finalidade foi estimular a produção literária no gênero e ao mesmo incentivar a cultura. Os vencedores receberão o prêmio "Sabiá da Crônica", um sabiá-laranjeira estilizado, confeccionado pela Fábrica de Pios Maurílio Coelho, e terão seus trabalhos apresentados durante a realização da Bienal Rubem Braga, na Ilha da Luz. O autor da melhor crônica receberá como prêmio um troféu e uma passagem para Fernando de Noronha com direito a levar um acompanhante. A viagem é uma oferta da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. A comissão julgadora analisou os trabalhos e definiu os vencedores do concurso:

1° Lugar

Pseudônimo - Tainha

Título - De quintais e borboletas

Nome - Maria do Carmos Conopca

Cidade - Vitória


2° Lugar

Pseudônimo - José Valeriano Filho

Título - Na idade da pedra cortada

Nome - Gilson Soares

Cidade - Cariacica


3° Lugar

Pseudônimo - Homem Pássaro

Título - O sábio sabiá e o meio ambiente

Nome - José Carlos Gualberto da Conceição

Cidade - Cachoeiro de Itapemirim

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Concuso estudantil de crônica

A Curadoria da Bienal Rubem Braga 2008 apresenta o resultado do Concurso Estudantil de Crônicas destinado à estudantes matriculados, do 6º ao 9º ano/5ª à 8ª série e do ensino médio das esferas pública (municipal e estadual) e particular.O tema proposto pela coordenação da Bienal foi o Meio Ambiente e os vencedores receberão o prêmio "Sabiá da Crônica", um sabiá-laranjeira estilizado, confeccionado pela Fábrica de Pios Maurílio Coelho, e terão seus trabalhos apresentados durante a realização da Bienal Rubem Braga, na Ilha da Luz.Os vencedores:

Escola Pública Municipal
Pseudônimo: Gaia
Título : Ao meu avô
Nome: Bruno de Lima Santos
Série; 8ª
Escola: EMEB Anísio Vieira de Almeida Ramos

Escola Pública Estadual
Pseudônimo: Dedé de Sá
Título: Contato de Afeto
Nome: Débora Sampaio de Almeida
Série: 2º ano
Escola: CEI – Centro Estadual Àtila de Almeida Miranda

Escola Particular
Pseudônimo: Laura Abelha
Título: Geração do Descaso
Nome: Maria Clara Cardoso Gomes Zampirolli
Série: 3º ano
Escola: Centro de Ensino Cachoeirense Darwin

Escola Pública de outro Município
Pseudônimo: Cronista Caipira
Título: Para que servem as idéias de um gênio?
Nome: Halaf Spano de Castro
Cidade: São José das Torres – Mimoso do Sul
Série: 1º ano do Ensino Médio

domingo, 18 de maio de 2008

Rubem é referência para grandes escritores

A escritora imortal Ana Maria Machado conheceu o escritor Rubem Braga ainda adolescente. Na época, ele já era seu ídolo e, a partir deste encontro, nasceu uma amizade que influenciaria a carreira da escritora de vez.
Durante um evento literário no Rio de Janeiro em 2003, Ana citou episódios curiosos de sua convivência com Rubem Braga, como a paixão do escritor por pitangas. "Certa vez, trouxe para ele umas pitangas que colhi no sítio dos meus avós no Espírito Santo. Bom, ele plantou as sementes em casa e foi este o começo dos famosos 'Jardins Suspensos' que Rubem cultivava dentro de seu apartamento", disse a escritora.
Logo nos primeiros tempos de convivência, era comum Rubem esperá-la na saída do colégio para conversar sobre literatura e pintura. "Numa das vezes, ele me trouxe uma rosa amarela. Guardei-a dentro de um livro, afinal, a primeira rosa amarela a gente nunca esquece", afirmou.
A escritora classificou a sua relação com Rubem como uma convivência de uma "menina tímida, que gostava de escrever, com seu ídolo".
Segundo Ana, Rubem criou um gênero na literatura ao escrever de um jeito coloquial, sem abrir mão da tradição literária. A lembrança do relacionamento dos escritores na época de Rubem Braga também foi lembrada por Ana. "Havia uma troca generosa e construtiva entre os escritores. Eles conheciam as obras uns dos outros diretamente e não por meio da imprensa, como acontece hoje", disse.Ana Maria Machado finalizou seu bate-papo lendo dois textos de Rubem Braga, "Mar" e "Rita".
Ana Maria Machado, junto com grandes nomes da literatura como Carlos Heitor Cony, Ignácio de Loyola Brandão e Zuenir Ventura estarão, entre 5 e 8 de junho, em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, cidade onde Braga nasceu, na Bienal Rubem Braga 2008.

sábado, 17 de maio de 2008

Mais de 20 livros serão lançados na Bienal

A Bienal Rubem Braga 2008, que acontece de 05 a 08 de junho, na Ilha da Luz, fará o lançamento de vinte e quatro obras literárias com destaque para o livro “1968 - O que fizemos de nós” do jornalista e escritor Zuenir Ventura, um dos convidados da coordenação do evento para participar das mesas redondas e palestras nos três dias do evento.
Outros títulos também merecem destaque como “A MPB, de conversa em conversa”, do jornalista e editor do Caderno 2 de A Gazeta, José Roberto Santos Neves; “Intercâmbio”, da carioca Flavia Mariano e “Caçador de ventos e melancolias: um estudo da lírica nas crônicas de Rubem Braga”, do escritor baiano Carlos Ribeiro, entre outros.

Durante a Conferência Ambiental Rubem Braga, acontece o lançamento do livro “Diário de bordo da I expedição científica do Rio Itapemirim”, do jornalista e curador da Bienal, José Carlos Dias, que reúne a experiência e estudos de ambientalistas e jornalistas sobre a bacia do Itapemirim desde a sua nascente na Serra do Caparaó até o desaguar no oceano Atlântico.

Essa Feira do Livro vai reunir aqui em Cachoeiro editores e livrarias oferecendo ao público um contato direto com o mercado editoral, segundo a coordenação do evento.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Cronista de BH divulga Bienal

O jornalista e cronista Danilo Gomes, que assina uma coluna no jornal HOJE EM DIA, de Belo Horizonte, destacou a Bienal Rubem Braga no último dia 04/05 com um belo texto sobre o evento e, claro, o seu homenageado.
Na crônica, Danilo passeia pelo lirismo à exemplo do mestre Braga.
Escreveu o colunista: "Vou engraxar as botinas e escovar o chapéu de cerimônia, além de mandar para a lavanderia a fatiota domingueira, mas sem gravata, para ficar mais à vontade. Vou correr mundo, senhores, vou bater pernas como fazia outrora o capixaba Quinca Cigano. Quero ir de trem-de-ferro, descer na estação e pegar cavalo de boa andadura, para vencer algumas léguas até o destino final da andança.
Mas, afinal, para onde vai o velho escriba marianense? Pois já lhes digo, irmãos caríssimos. O velho cronicador pretende arranchar na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, no nobre Estado do Espírito Santo, para participar da Bienal Rubem Braga. Será uma bela homenagem ao grande e saudoso cronista, nascido em 1913 e falecido no Rio, em 1990, autor de tantos livros, todos do mais fino lavor, como diria um antigo poeta parnasiano, devoto de Olavo Bilac.
Na verdade, trata-se da II Bienal Rubem Braga. Será realizada de 5 a 8 de junho, na cidade onde ele nasceu e começou a escrever crônicas("Correio do Sul", jornal da família).
O tema será "A crônica e o meio ambiente" e os debatedores serão Ignácio de Loyola Brandão, Carlos Heitor Cony, Danuza Leão, Ana Maria Machado, Zuenir Ventura, Antonio Carlos Secchin, Paulo Cuenca e outros. Caladão, "urso cavernícola" (título que dava a si mesmo o escritor mineiro Eduardo Frieiro), discreto, arredio (embora mulherengo), Rubem Braga talvez não apreciasse a luz dos holofotes e das gambiarras (como certos políticos). Mas que merece a homegem, merece, por ter sido um extraordinário escritor, o viajante erudito, o poeta da narrativa curta (crônica e conto), o estilista do coloquial, o mestre do lirismo, da melancoliae do bom humor. Além disso, o enamorado de Tônia Carrero, como ela própria me confirmou, aqui em Brasília, no Palácio do Planalto, numa cerimônia pública, há coisa de dez anos.
Vale lembrar, aqui, a magnífica obra recém-publicada, "Rubem Braga - Um Cigano Fazendeiro do Ar", de autoria do falecido Marco Antonio de Carvalho, da Editora Globo, 2007. Em 610 páginas, parece-me a biografia definitiva do nosso extraordinário cronista, que um dia entrevistei aqui mesmo, Em Brasília, em 1986.
Crônica, gênero menor? Menor coisa nenhuma! Antes uma boa crônica que um mau romance, ora, bolas, ora, pílulas! Importa a qualidade.
Em tempo: Quinca Cigano era um tio esquisitão de Rubem Braga. Não parava quieto em lugar nenhum. Rueiro e viajeiro. Aparecia e sumia, que nem um cometa, um caixeiro-viajante. Rubem Braga lhe dedicou uma crônica imortal. Imortal e antológica, como todas as crônicas que escreveu, como bem sabe a cronista Leida Reis.
Já vou reservar uma pousada, um rancho, uma pensão familiar (afinal sou um vovô) à beira do Rio Itapemirim. Com passarim trinando.... Com a graça de Deus Nosso Senhor, essa eu não perco, nem que a vaca tussa, nem que chova canivete. Sou capaz até de comprar chapéu novo, na Casa Cabana, em frente ao Mercado Central de Belo Horizonte, j'ouviu, cronista Regina Mota?", conclui Danilo.

"Aprendendo a viver"

No dia 17 de maio, às 11h00, tem apresentação teatral, no Coreto da Praça Alberto do Carmo, centro de Vargem Alta. A peça “Aprendendo a viver”, é a oficial da Bienal Rubem Braga 2008. Ela fala sobre a infância do escritor. Tal apresentação é realizada em municípios vizinhos de Cachoeiro de Itapemirim, visando propagar a história do escritor e enriquecer a cultura de outros municípios, além de divulgar a programação da Bienal Rubem Braga 2008.