sábado, 5 de junho de 2010

Confira os dias e horários das oficinas


As oficinas serão ofertadas na sala Levino Fanzeres,dentro do Palácio Bernadino Monteiro, de terça (8) a sábado (12). São 30 vagas para cada tema. A de poesia será ministrada por Carlos Eduardo Guimarães, na terça-feira (8) e em dois horários: de 8h às 12h e de 14h às 18h. Caê, como é conhecido, é jornalista e autor de vários livros. Atualmente, escreve para uma coluna, publicada quinzenalmente no jornal A Gazeta.

Na quarta-feira (9) será a vez de Orlando Lopes falar sobre blogs literários. Orlando é autor de livros de poesia e também do blog Indústria Têxtil. O horário dessa oficina é de 8h às 12h e de 14h às 18h.

A capixaba Virgínia Jorge será a responsável por ensinar roteiro de cinema para os participantes. Ela é formada em publicidade e já trabalhou na produção e direção de vários filmes. Destaque para o curta-metragem “No princípio era o verbo”, lançado em 2005. Essa oficina será ofertada quinta-feira (10), de 8h às 12h e de 14h às 18h.

O cantor Jair Miranda Neto, o J3, vai abordar música e literatura, na sexta-feira (11), na oficina de literatura e hip-hop. Essa oficina será oferecida no mesmo horário das anteriores – de 8h às 12h e de 14h às 18. J3 tem dois discos lançados e prepara uma turnê pela Europa em 2010.

Para finalizar a maratona de oficinas, a carioca Maria Paccelle vai enfocar o tema arte e educação, no sábado (12), de 8h às 9h40 e de 10h20 às 11h20. Paccelle utiliza a ciência e a psicologia para ensinar música para seus alunos.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Arnaldo Antunes vem debater música e literatura



Questões importantes sobre a literatura na contemporaneidade estarão em discussão na III Bienal Rubem Braga, de Cachoeiro de Itapemirim. O público participante terá a chance de interagir com expoentes da arte literária nacional, como Moacyr Scliar e Arnaldo Antunes, em mesas-redondas que fazem parte de cinco dos sete dias do evento, que começa nesta segunda-feira (07).

Na primeira mesa, na terça-feira (8), as discussões serão sobre o tema “O mercado cultural, as novas mídias e a literatura”. O ator Michel Melamed, notório "provocador" durante o período que apresentou o programa Re[corte]Cultural (TVE), vai mediar a conversa entre os escritores Daniel Galera e Santiago Nazarian. A realidade do mercado editorial, com ênfase nos novos escritores, e publicações na internet são alguns dos pontos a serem abordados.

A literatura infantil será discutida na quarta-feira (09), com a participação do autor capixaba Pedro Nunes e de Flávio de Souza, criador e roteirista de programas televisivos de sucesso, como Castelo Rá-Tim-Bum(TV Cultura). A moderação da mesa será feita pela contadora de histórias Benita Prieto, do grupo Morandubetá.

As interseções da arte literária com o cinema serão abordadas na quinta-feira (10), na mesa que reúne a publicitária Virginia Jorge, a pesquisadora Bernadete Lyra e Fernando Bonassi, roteirista com participação nos filmes Cazuza e Carandiru.

Moacyr Scliar fala sobre crônica na terra de Rubem Braga Gênero literário que consagrou o escritor cachoeirense Rubem Braga, a crônica não poderia ficar de fora das reflexões acerca da literatura. A mesa de sexta-feira (11) vai tratar do assunto e contar com a participação especial do cronista Moacyr Scliar, que foi amigo de Rubem.

“Na minha participação, a crônica será analisada como um gênero literário eminentemente brasileiro e que representa um traço de união entre literatura e jornalismo”, antecipa o escritor. A cronista e jornalista capixaba Ana Laura Nahas e o linguista Santinho Ferreira de Souza completam a mesa.

A relação entre literatura e música vai ser analisada no sábado (12), pelo músico e poeta Arnaldo Antunes (ex-Titãs), pelo músico Juliano Gauche e pelo jornalista José Roberto Santos Neves, autor de livros sobre música e primeiro biógrafo da cantora Maysa.

“Em pauta, vão estar a relação entre música e poesia, a arte de transformar versos em melodia, a tradição romântica do cancioneiro nacional, as diferentes culturas que formaram a identidade do brasileiro, e a análise dos principais artistas cuja obra dialoga com o universo literário e musical”, conta José Roberto Santos Neves, moderador da mesa.

Todas as mesas-redondas serão realizadas no auditório que leva o nome de Marco Antônio de Carvalho, escritor cachoeirense e autor do livro “Rubem Braga: um cigano fazendeiro do ar”, biografia do maior cronista da língua portuguesa.

A III Bienal Rubem Braga é uma realização da prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Arte e Cultura e conta com o apoio da Câmara Capixaba do Livro, da Secretaria de Estado da Cultura e da Secretaria Municipal de Educação.

Programação das mesas-redondas da III Bienal Rubem Braga

Local: Auditório Marco Antônio de Carvalho, na praça Jerônimo Monteiro,Centro.

Terça-feira (08)
Mesa 1: O Mercado Cultural, as Novas Mídias e a Literatura 19h às 21h30
Michel Melamed (RJ) (Moderador): ator de teatro e autor da Trilogia Brasileira, formada pelos espetáculos Regurgitofagia, Dinheiro Grátis e Homemúsica. Em 2009, foi intérprete do personagem Bentinho, da minissérie Capitu (Rede Globo). Apresentador do televisivo Re[corte] Cultural (TVE Brasil), no qual propunha a construção de uma televisão artística,criativa e experimental.
Daniel Galera (RS): autor dos romances “Cordilheira”, “Mãos de Cavalo” e “Até o dia em que o Cão Morreu” e da antologia de contos “Dentes Guardados”. Traduziu obras de Irvine Welsh, Zadie Smith, Jonathan Safran Foer e Hunter S. Thompson, entre outros. Foi editor do selo literário Livros do Mal e colunista do fanzine por e-mail Cardosonline.
Santiago Nazarian (SP): escritor, tradutor e roteirista, tem contos publicados em diversas antologias. Foi um dos destaques da primeira Festa Literária Internacional de Parati (Flip). Edita o blog Jardim Bizarro.

Quarta-feira (09)
Mesa 2: A Criança, O Jovem e a Literatura Infantil 19h às 21h30
Benita Prieto (RJ) (Moderadora): Contadora de histórias do Grupo Morandubetá, com mais de duas mil apresentações por todo o Brasil e países como Espanha, Portugal, Uruguai, Colômbia, Venezuela, Cuba, Argentina e Moçambique. Promoveu o primeiro Simpósio Internacional de Contadores de Histórias, em 2002. Tem três livros publicados: As "armas" penadas (1999), Te cuento para que cuentes (2007), Histórias das Terras Daqui e de Lá:
Medo (2007). Ganhou, em 2007, o prêmio Cont´Arte em Cuba por sua trajetória como narradora oral e produtora.
Flávio de Souza (SP): Tradutor de histórias em quadrinhos, ilustrador, ator (de teatro, filmes de publicidade, cinema e televisão) e diretor de teatro e cinema. É autor de livros (Que História é essa?), peças de teatro(Fica Comigo Esta Noite), letras de música, roteiros de cinema (Xuxa em Abracadabra). Criou e roteirizou programas de televisão de sucesso, como o infantil Castelo Rá-Tim-Bum (TV Cultura) e o humorístico Sai de Baixo(Rede Globo).
Pedro Nunes (ES): autor dos romances Aninhanha e Menino (prêmio Virgínia Tamanini) e do volume de contos Vilarejo e outras histórias. Em 2009,ganhou o Prêmio Secult de Literatura Infanto-juvenil por A pulga e o jesuíta. Proferiu inúmeras palestras sobre literatura em Vitória e no interior do Estado.

Quinta-feira (10)
Mesa 3: Literatura e Cinema 19h às 21h30
Virginia Jorge (ES) (Moderadora): publicitária, trabalhou como diretora, assistente de direção, continuísta e produtora de curtas e longas metragens em Vitória, Rio de Janeiro e Salvador. Participou das filmagens de “Dois Perdidos Numa Noite Suja”, de José Jofilly, e “Apolônio Brasil, O Campeão da Alegria”, de Hugo Carvana. Atualmente, cursa mestrado em Comunicação e Cultura Contemporâneas, na linha de Análise Fílmica.
Bernadete Lyra (ES): autora de livros e artigos sobre cinema e audiovisual, bem como de livros de ficção premiados, com publicações no Brasil e no exterior. É doutora em Cinema pela Universidade de São Paulo, pela USP, e pós-doutora na Université René Descartes/ Sorbonne (Paris V ). Fundadora e atual membro do Conselho Científico da Sociedade Brasileira de Pesquisadores de Cinema e Audiovisual (Socine). Coordena o GT Cinema,Fotografia e Video da Associação de Programas de Pós-Graduação em
Comunicação (Compós).
Fernando Bonassi (SP): escritor, roteirista, dramaturgo e cineasta. Autor de vários livros e textos que ganharam adaptação para o teatro. No cinema,é coautor dos roteiros de “Cazuza - O Tempo Não Pára” e “Carandiru”. Seu curta-metragem “O Trabalho dos Homens” recebeu o prêmio de melhor roteiro no Festival de Cinema do Ceará e no Rio Cine Festival, além dos prêmios de melhor roteiro, melhor direção e melhor filme no Festival de Gramado.
Bonassi também atua como colunista do jornal Folha de S. Paulo. Atualmente, integra o quadro de roteiristas contratados da Rede Globo,onde desenvolve projetos em parceria com o escritor Marçal Aquino.

Sexta-feira (11)
Mesa 4: Crônica e Literatura 19h às 21h30
Santinho Ferreira de Souza (ES) (Moderador): pesquisador e professor-doutor de Linguística e de Língua Portuguesa na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), desde 1975. Desenvolve seus estudos em duas vertentes que se conjugam: a produção escrita escolar e a produção em leitura, especialmente nesta última, tendo como foco a formação de leitores. Coordena o programa de extensão RELer&fazer (Rede de
Experiências em Leitura).
Moacyr Scliar (RS): um dos cronistas brasileiros com mais vasta e premiada bibliografia, em que se destaca o prêmio internacional Casa de las Américas. Médico, ele estreou na literatura com “Histórias de um médico em formação”. Escreve regularmente para alguns dos principais jornais do país.
Ana Laura Nahas (ES): cronista do Caderno 2 do jornal A Gazeta, blogueira do portal Gazeta Online, além de editora de Domingo e Produção Multimídia da Rede Gazeta.

Sábado (12)
Mesa 5: Literatura e Música 14h30 às 17h
José Roberto Santos Neves (ES) (Moderador): Jornalista, autor dos livros Maysa (2005), a primeira biografia da cantora Maysa, e de “A MPB de conversa em conversa”, que reúne 40 entrevistas realizadas pelo autor com grandes nomes da música popular brasileira, entre 1995 e 2005, para o jornal A Gazeta, onde exerce atualmente a função de editor do Caderno Dois.
Arnaldo Antunes (SP): músico, compositor, escritor e poeta, autor de vários artigos, poemas e livros, sendo o mais recente “n.d.a”, lançado este ano. Ex-integrante dos Titãs, compôs algumas das canções de maior sucesso da banda, como O Pulso e Não vou me adaptar. Participou do projeto Tribalistas, ao lado de Marisa Monte e Carlinhos Brown.
Juliano Gauche (ES): Letrista e vocalista da banda Solana e intérprete do disco “Hoje Não”, que reúne canções de Sérgio Sampaio, compositor cachoeirense. Lançou três livros com seus poemas: Amém (1999), A Morte de Deus (2001) e Além de Todo Gesto (2009).

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Roteirista da Rede Globo vem falar de cinema


Cachoeiro de Itapemirim vai receber um dos mais importantes nomes do cinema brasileiro atual. O roteirista e escritor Fernando Bonassi estará na cidade, na próxima quinta-feira (10), para participar da III Bienal Rubem Braga. Ele vai falar sobre literatura e cinema.
Bonassi é autor de livros infanto-juvenis, de peças de teatro, roteirista de cinema e de TV. Tem em seu currículo participação em filmes como Carandiru, Cazuza e Lula – o filho do Brasil. Entre os seus trabalhos mais conhecidos pelo público estão os programas de TV com os quais contribuiu como Castelo Ra-Tim-Bum, da TV Cultura, e Força Tarefa, da TV Globo.
Na Bienal, Bonassi vai participar da “Mesa 3: Literatura e Cinema”. Ele vai abordar a relação entre o público e a indústria cultural. Também participa da discussão a escritora capixaba, professora e doutora em cinema pela Escola de Comunicação e Arte da Universidade de São Paulo, Bernadette Lyra. A mediação será feita por Virgínia Jorge.
A III Bienal Rubem Braga é uma realização da prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, por meio das secretarias municipais de Arte e Cultura e de Educação,em parceria com a Câmara Capixaba do Livro, com apoio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). Será realizada de 7 a 13 de junho, na praça Jerônimo Monteiro, Centro.
Confira entrevista com Fernando Bonassi na qual ele fala sobre Rubem Braga, novas mídias e cinema.

Você é escritor e cineasta. A literatura e o cinema são duas artes afins? Por quê?
Acho que são afins porque o cinema ainda depende um pouco da literatura para construir a história. A maneira de se construir a história no cinema ainda guarda muita relação com a literatura: a forma como concebemos e construímos a narrativa é semelhante. Tanto cinematograficamente quanto literariamente é a mesma.

Estamos vivendo uma época em que o acesso à arte está muito facilitado pela rapidez de reprodução e pelo acesso aos equipamentos para a produção de vários gêneros. Mas os livros fogem a essa regra. Hoje, é mais fácil arrumar uma câmera ou celular com filmadora do que determinados títulos literários, especialmente em cidades de pequeno porte. Como é possível assegurar uma produção com quantidade e qualidade em um país que não lê?
Primeiro, é preciso lidar com alguns fatos novos. As pessoas não se tornarão leitoras como as gerações passadas foram. Elas vão ter uma outra relação com os livros, que vão acabar desaparecendo. No futuro, a leitura será em computadores. Até porque é inconcebível cortar árvores para fazer livros. Então, eu olho para esses equipamentos com bons olhos. Se não fosse a internet, não conheceríamos uma série de bons escritores por meio de seus blogs. Eu sei que, no Brasil, há uma preguiça de cada um em ler, mas também há uma série de impedimentos que não ajudam. Para que se leia mais, é preciso ter livros mais baratos, maior interesse do estado e da mídia para incentivar a leitura.

Nos seus textos, as palavras vão se transformando mentalmente em imagens à medida que vamos lendo a história, sem que para isso tenhamos que fazer grande esforço. Em segundos, o leitor se transforma em uma espécie de espectador da narrativa. Essa é uma característica do cineasta que se mostra no escritor?
Eu acho que é isso e mais alguma coisa. Eu penso muito visualmente e tenho nisso talvez a melhor descrição do meu estilo. Mas ele também é filho de um cara do século XX, que desconfia de qualquer melodrama, dos juízos pré-determinados.

–Nosso Rubem Braga, que deu o nome à Bienal, geralmente escrevia textos que também eram facilmente transformados em imagens pelos seus leitores. Suas crônicas eram extratos do cotidiano, da vida comum, que alcançavam certo lirismo sob sua ótica. Você acha que esse tipo de texto ajuda a popularizar a literatura e prende mais o leitor à história?
Sempre. Sou fã do trabalho que Rubem Braga fez na guerra, desse olhar mais distante. O trabalho dele de guerra é maravilhoso e ajuda a entender o Brasil daquela época. Aliás, acho que a crônica perdeu seu poder por causa da falta de coragem dos cronistas de hoje. Acho que vivemos um momento de servilismo ao mercado. Os assuntos abordados não refletem o que o país está vivendo e a crônica sofre.

Hoje vivemos em um mundo em que o apelo à imagem é muito forte. Como fazer as crianças se interessarem pela leitura, pela palavra escrita?
A única forma de acontecer é não demonizar as outras coisas. E, depois, dar condições profissionais aos professores de ensinar com o cuidado devido. Uma professora que tive na ditadura me deu um livro de Machado de Assis para ler aos 12 anos e durante vários anos falei mal desse escritor. Depois, uma outra professora me mostrou o quanto ele era louco e genial. Parte do desapego que temos à literatura parte do fato de que a literatura é mal tratada na escola porque os professores são mal tratados no que tange aos salários.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Estrutura da Bienal começa a ser montada


Toda a programação da III Bienal Rubem Braga será em praça pública

A estrutura da III Bienal Rubem Braga começa a ser montada na praça Jerônimo Monteiro, ainda esta semana. Trata-se de um dos mais importantes eventos culturais do estado, programado para o período de 7 a 13 de junho, em Cachoeiro de Itapemirim.

Quando toda a estrutura estiver pronta, vai ocupar a maior parte da praça, onde será possível participar de eventos diversos, como assistir a mesas redondas com escritores consagrados no Brasil, assistir a shows nacionais, participar de oficinas ligadas às artes em geral e à literatura em particular e também comprar livros. Todas as atrações serão gratuitas e abertas ao público.

A III Bienal Rubem Braga é uma realização da prefeitura de Cachoeiro, por meio das secretarias de Arte e Cultura e de Educação, em parceria com a Câmara Capixaba do Livro e Secretaria de Estado da Cultura (Secult).

Principais espaços da III Bienal Rubem Braga

Feira de livros – 12 livreiros associados à Câmara Capixaba do Livro vão vir de Vitória para participar dessa feira. Os estandes ocupados por eles vão estar localizados paralelamente à lateral do prédio da prefeitura, e contarão com a ação de um aspersor, equipamento responsável por retirar a umidade do ambiente para que os livros não sejam danificados.

Banheiros – os químicos serão instalados no início da praça, próximo à escadaria de acesso ao prédio da Câmara Municipal. Vão funcionar também banheiros dentro do prédio do Bernardino Monteiro, logo no primeiro andar.

Arena Zig Braga – é um espaço para sensibilização que leva o nome de um dos personagens mais populares de Rubem Braga: seu cachorro Zig, que realmente existiu. Nela, vão acontecer várias atividades voltadas para o público infanto-juvenil, com o objetivo de divulgar e incentivar a leitura entre as crianças e pré-adolescentes.

Sala de Artes Levino Fanzeres – localizada no primeiro andar do Bernardino Monteiro, é um espaço que, geralmente, recebe exposições artísticas diversas, principalmente as visuais. Mas, durante a bienal, ela vai virar palco de oficinas diversas, que vão incentivar a leitura e a produção de textos. Entre as oportunidades, estarão as de blog, roteiro, poesia e hip-hop.

Espaço externo – são os lugares da praça onde não vão funcionar tendas. Ao longo da bienal, esse espaço vai ser palco de atrações como a Via Sacra Poética e o projeto Ruas de Lazer.

Palco Rubem Braga – ficará montado na rua 25 de Março, na altura dos Correios, Centro, voltado para o lado da praça Jerônimo Monteiro. Nesse espaço, que recebeu o nome do cachoeirense que se consagrou como o maior cronista brasileiro, vão ocorrer shows nacionais, como a apresentação de Bia Bedran, O Teatro Mágico e Toquinho.

Auditório Marco Antônio de Carvalho – será palco das mesas e das principais discussões do evento. Medindo, aproximadamente, 200 metros quadrados, tem capacidade para cerca de 250 pessoas e conta com um sistema de ar condicionado, que vai dar maior comodidade ao público. Escritores como Michel Melamed, Daniel Galera, Santiago Nazarian, Arnaldo Antunes e Bernadette Lyra vão passar por ele. O auditório recebeu este nome por causa do repórter, redator e editor cachoeirense Marco Antonio de Carvalho, que pesquisou a vida de Rubem Braga por mais de 10 anos para escrever a biografia do cronista, intitulada “Um cigano fazendeiro do ar”.

Biblioteca Móvel – fruto de uma parceria entre prefeitura e Itapemirim, vai ficar posicionada em frente ao Bernardino Monteiro, oferecendo atividades voltadas para o incentivo à leitura.

Espaço do Escritor Capixaba Newton Braga – é voltado para o lançamento de livros, exposições e noites de autógrafos de autores capixabas. Recebeu esse nome em homenagem ao poeta cachoeirense Newton Braga, irmão de Rubem Braga.

Tablado Sérgio Sampaio – vai ficar em frente ao Bernardino Monteiro. Nele, vão se apresentar os artistas contemplados pela Lei Rubem Braga nas categorias teatro e música, além de realizar apresentações espontâneas. É uma referência ao cantor e compositor cachoeirense, parceiro de Raul Seixas, que fez sucesso nacional na década de 1970.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Textos sobre a 1ª Bienal de 2006


Encontrei em meus arquivos três textos que fiz registrando a 1ª Bienal Rubem Braga. Na verdade se trata de um artigo, publicado no jornal ES de Fato na época e duas entrevistas com o cronista, poeta e professor Adriano Spínola e Isabel Lustosa, que é bacharel em Ciências Sociais pelo IFCS/UFRJ, mestre em Ciência Política e doutora em Ciência Política pelo IUPERJ, e Membro do PEN Club do Brasil. Confiram:

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Friday, June 02, 2006

“Sem tambor nem trombeta”
“Só abro a boca quando eu tenho certeza”, Ofélia

No livro “A Sedução da Palavra” de Affonso Romano de Sant’Ana, que adquiri na abertura da 1º Bienal Rubem Braga, há uma crônica bastante interessante intitulada “A título de títulos”. O texto fala de um autor que terminou um romance e não conseguiu um título para ele. Pediu conselho a um amigo, que lhe perguntou se o referido romance fala de trombeta. O autor respondeu que não. Também perguntou se fala de tambor. Novamente respondeu que não. Então o amigo, na lata, encontra a resposta: “coloque o título Sem tambor nem trombeta”.
Tudo estava correndo às mil maravilhas. O início da Bienal, o reencontro com velhos amigos, a aquisição dessa obra acima citada e, principalmente autografada pelo próprio Afonso Romano, que inclusive ia realizar uma palestra. Eis que surge a inigualável Banda da Polícia Militar do Espírito Santo para uma apresentação que, por muito tempo, os presentes no evento vão lembrar. Era mesmo para ser uma noite inesquecível. E foi.
Se não fosse a lamentável participação da inominável (não no sentido de que não se pode designar por um nome, mas no sinônimo de inqualificável, por sua vileza ou crueldade) Tônia Carreiro o evento seguiria normalmente, como previsto pela organização.
Ela simplesmente, na terceira apresentação do repertório musical, que por sinal bastante refinado retratando o Rio de Janeiro dos anos 50 e 60, repeliu grosseiramente os soldados e o oficial maestro. Com exceção do PCC, eu nunca vi ninguém colocar tantos policiais para correrem assim. O resultado não podia ser diferente. Dizem às más línguas que a banda nunca mais pisa na terra dos Braga.
Também pudera, logo apelidaram a madame de “Toninha 51”. A sinceridade dos bêbados é mesmo inconveniente. Na verdade ela apenas expressou o sentimento coletivo da maioria presente. Os discursos estavam bastante longos. Mas isso não justifica a falta de educação e consideração com uma das bandas mais conceituadas do país.
Por ter uma idade avançada, acredito que ela confundiu a data de sua apresentação, que seria apenas no dia seguinte. Só pode ter sido isso. Toninha encarnou no papel de Ofélia do Zorra Total. Aquela que só abre a boca para falar bobagens. Antes de tentar seduzir as pessoas com o que se fala, principalmente artistas de renome nacional, deveriam medir o peso de suas palavras.
Para piorar a situação, o constrangimento foi tão grande com a expulsão dos policiais, que levaram, na mesma hora, os instrumentos para fora da Bienal, o palestrante foi o que menos utilizou suas cordas vocais.
Se eu contar para o 14 Bis, já que estão vindo por aí, eles não vão acreditar. O grupo fez apresentações recentes com a banda da PM.
É lamentável dizer que termino essa coluna comparando Cachoeiro de Itapemirim com a crônica de Afonso Romano de Sant’Ana. A cidade talvez tenha ficado para sempre, por causa de uma interferência de mau gosto de uma forasteira, “Sem o tambor e a trombeta”, da Banda da Polícia Militar do Espírito Santo.

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Crônica: “o gênero mais importante do Brasil”
Por Roney Moraes

O cronista, poeta e professor Adriano Spínola proferiu hoje (02/02), no Teatro Municipal, uma palestra sobre “A Crônica Contemporânea”. O evento faz parte da 1ª Bienal Rubem Braga realizada pela Adese e Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim (PMCI). Em entrevista, concedida após a apresentação de sua palestra, Spínola fala sobre a evolução do gênero e diz que só o brasileiro é capaz de dar dribles desconcertantes no futebol e na crônica.


O senhor afirmou que a crônica contemporânea tem uma identidade plural e é sincrônica.
Adriano Spínola – Bom, plural porque ela hoje tem várias formas, apesar de perseguir aqueles modelos estabelecidos por Machado de Assis, Rubem Braga, Carlos Drumond Andrade, Paulo Mendes Campos e outros, e continua muito presente na vida nacional. Todo jornal, toda revista têm os seus cronistas que comentam os fatos políticos ou, então, recriam aspectos do cotidiano. Agora ela é sincrônica no sentido de que traduz uma simultaneidade, ou uma síntese não só atemporal, como espacial.

Então a crônica não está mais ligada apenas aos fatos do cotidiano?
- Na minha percepção não. Como a gente verifica por aí, Luiz Fernando Veríssimo de repente fala do século IXX e não está mais ligado a um só espaço ou a uma cidade, mas a vários lugares. A crônica de Eloísa Seixas é muito sintomática nesse sentido, porque através do computador ela diz que se sente agora no mundo.

O senhor acha que o avanço tecnológico e a velocidade das informações são, de certa forma, responsáveis pela evolução da crônica contemporânea?
- Claro. O computador, por exemplo, está dando essa percepção simultânea do mundo, das coisas. E isso está fazendo com que o cronista não se sinta mais habitando apenas uma cidade, mas da cidade transformou-se no mundo. Então ele fala de algo acontecido na esquina e de repente pode falar de algo acontecido na China.

Qual a diferença entre crônica jornalística e crônica literária?
- A crônica literária, evidentemente, tem uma recriação da linguagem, mais conotativa, possibilita várias interpretações, enquanto que a crônica jornalística se associa mais a um comentário. Vamos dizer que ela é unidimensional, ou monosemântica que possibilita uma só interpretação.

O senhor afirmou que a crônica é o gênero literário mais importante do Brasil.
- Esse gênero trás a marca de brasilidade. A capacidade de improviso, o temperamento anárquico, a carnavalização, a plasticidade intelectual do homem brasileiro, porque ele não está habituado a pensar sistematicamente, como, por exemplo, na Europa. Para nós vale muito mais a imaginação recriadora dos fatos. A crônica tem uma característica diferente, ela é imediatista como nós desde o período colonial. Somos ligados às coisas imediatas. Nos falta planejamento a longo prazo, pois atuamos diante das coisas presentes.

A crônica é legitimamente brasileira?
- Eu acho que nenhum povo consegue ter escritores com esse grau de liberdade, beirando até a irresponsabilidade. Muitas vezes o cronista deixa para escrever sua crônica na última hora, como já fiz também, e isso não aconteceria, jamais, em países da Europa ou Estados Unidos. Então nenhum outro povo do mundo, pelo menos nos lugares onde passei, é capaz de dar um drible desconcertante no futebol e também na crônica.

Como é participar da Bienal Rubem Braga?
- É muito gratificante. Está até melhor do que esperava. Sinto-me honrado em participar dessa Bienal em torno do Rubem Braga e da crônica brasileira.

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“Eu acho o máximo estar aqui”
por Roney Moraes

Isabel Lustosa, que é bacharel em Ciências Sociais pelo IFCS/UFRJ, mestre em Ciência Política e doutora em Ciência Política pelo IUPERJ, e Membro do PEN Club do Brasil, esteve hoje preferindo uma palestra no Teatro Municipal falando da história da imprensa no Brasil. O evento faz parte da 1ª Bienal Rubem Braga realizada pela Adese e pela Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim.
Em entrevista concedida após sua apresentação, a pesquisadora, além de Rubem Braga e de Cachoeiro de Itapemirim, fala sobre o grande humorista capixaba Mendes Fradique e recupera o agitado ambiente político da época da independência comentando sobre os insultos impressos.


Como é participar da Bienal Rubem Braga em Cachoeiro de Itapemirim?
Isabel Lustosa – Eu acho o máximo estar aqui. Sou fã do Rubem Braga, mas conhecia Cachoeiro apenas através de suas crônicas e por aquela música do Roberto Carlos “meu pequeno Cachoeiro...” vou amanhã conhecer a Casa dos Braga. Então não é só legal participar de um evento assim na cidade, mas também saber que o município está atraindo intelectuais do Brasil inteiro para falar sobre cultura e também conhecer Cachoeiro, que faz parte da memória sentimental brasileira mesmo sem a gente conhecer.

Em sua palestra você contou um pouco sobre a história de Mendes Fradique.
- Mendes Fradique, que hoje é completamente esquecido, foi um humorista muito importante nos anos 10 e 20 no Brasil. Ele participou de um grupo, no qual faziam parte Emílio de Menezes, Calisto, entre outras figuras de uma boemia literária que estava se extinguindo. Mendes tinha um talento para o desenho, mas principalmente seu texto antecipa muitas coisas que aconteceram no humor brasileiro.

Hoje Mendes Fradique ainda é referência no humor?
- Sim. Ele antecipa coisas que o Barão de Itararé vai fazer depois e até coisas que hoje o Casseta & Planeta faz. Mendes Fradique era muito original e com um texto de grande qualidade. Ninguém pensou essa brincadeira do método confuso que nem ele. Então eu acho que é preciso valorizar esse autor capixaba e principalmente é obrigação dos capixabas começarem a ler Mendes Fradique.

Você é especialista em História da Imprensa e há um trabalho seu que fala sobre os insultos impressos na época da Independência.
- Depois de Mendes Fradique, que foi minha tese de mestrado, eu ainda trabalhei algum tempo fazendo estudos sobre caricatura, um artigo que eu considero de grande importância na minha carreira que fala sobre J. Carlos, um grande caricaturista, mas quando resolvi fazer a tese de doutorado eu quis trabalhar com os primórdios da imprensa no Brasil e entender a coisa do humor no início. Acabei descobrindo um filão, que foi a imprensa da independência, e que me empurrou mais para a discussão da ciência política. O que era o projeto nacional daqueles jornalistas que se insultavam tanto.

As publicações eram polêmicas?
- A imprensa da independência foi muito polêmica. Dom Pedro I escrevia baixarias terríveis (risos), outros também, então foi o cenário mais animado do que a gente imagina e mais consistente, do ponto de vista do debate político. Foi muito importante também descobrir que estava nascendo ali uma nação, uma imprensa e um parlamento, tudo ao mesmo tempo, com muito vigor.

Você trabalhou com o jornalista Alberto Dines, o grande observador da imprensa, e como está, na sua opinião, a imprensa hoje, do ponto de vista das crônicas publicadas por vários novos autores?
- Hoje eu não vejo um grande cronista publicar artigos, como Rubem Braga fazia, mas encontramos bons escritores, como Luiz Fernando Veríssimo e outros.

Coluna "Newton Braga" 11/03/2010

"Bragmentos"


O Grupo ELA de Teatro convida a todos a assistirem seu no novo espetáculo “BRAGMENTOS”, inspirado na biografia de Rubem Braga de Marco Antonio de Carvalho e atuação de Lucimar Costa, fechando a trilogia de textos teatrais escritos por Lucimar Costa.
Este espetáculo estará participando do Festival de Curitiba nos dias 23 a 25 de março dentro da mostra Fringe.
A pré-estréia do espetáculo será no Centro Operário e de Proteção Mútua, na Rua 25 de Março, em Cachoeiro de Itapemirim-ES, nos dias 14 e 15 de março às 20h00.
Estão sendo vendidos apenas 30 ingressos para cada dia. Quem quiser prestigiar o trabalho pode reservar o ingresso através do telefone: 9946.2173 com Lucimar.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Trio parada dura


Em homenagem à Bienal que se aproxima, uma raridade. Na foto, tirada em Cuba, o escritor Rubem Braga de pé ao lado do então ministro da Fazenda cubana, Ernesto “Che” Guevara, e o ex-presidente do Brasil, Jânio Quadros.

Agentes culturais debatem a Bienal


Além de palestras, a terceira bienal vai buscar criar processo permanente de incentivo à leitura.

Os agentes culturais de Cachoeiro de Itapemirim vão conhecer e debater o projeto da III Bienal Rubem Braga nesta terça-feira (09). O encontro é promovido pela prefeitura, realizadora da bienal, e acontece na Sala Levino Fanzeres, no Bernardino Monteiro, às 18h30.
“Queremos colher sugestões, em especial no sentido de buscar um envolvimento ativo da comunidade na programação”, afirma o secretário municipal de Arte e Cultura em exercício, Genildo Hautequestt.
A Bienal está confirmada para o período de 8 a 13 de junho, na praça Jerônimo Monteiro, no Centro. Além de feira de livros, vai oferecer palestras, sessões de autógrafo, encontros com autores e oficinas. Desta vez, a bienal é planejada em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Seme) e tem como foco a formação de leitores.
“A proposta é consolidar a Bienal não apenas como um evento, mas sim como um processo permanente de incentivo à leitura em Cachoeiro de Itapemirim”, frisa o secretário.
Para tanto vão ser promovidas oficinas de capacitação para professores da área de linguagens e também um circuito cultural voltado aos alunos da rede municipal de ensino. As atividades vão ser desenvolvidas, inicialmente, entre abril e maio. Mas há interesse em dar sequência às atividades no segundo semestre e ao longo de 2011.
A III Bienal Rubem Braga vai contar com a parceria da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) no planejamento e na realização.

Terceira Benal Rubem Braga


Amanhã acontece a primeira reunião da equipe que vai conduzir os trabalhos da terceira Bienal Rubem Braga em Cachoeiro de Itapemirim. No encontro, que será na sala Levino Fanzeres no Palácio Bernadino Monteiro às 18h30, serão definidos os prazos e os eventos que serão expostos na Bienal. Na última edição, realizada em 2008, o evento teve como tema principal “A crônica e o meio ambiente”. A Bienal Rubem Braga entrou para o calendário como sendo um dos principais eventos culturais da cidade e do sul do estado do Espírito Santo. Ela é famosa por oportunizar o encontro de grandes escritores com os seus leitores.