quinta-feira, 29 de maio de 2008
Inscrições para Bienal na praça
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Bienal terá Miéle como um dos palestrantes
Sobre Luiz Carlos Miéle: Com mais de 50 anos de carreira, o paulista Luiz Carlos Miéle já foi cantor, ator, locutor, produtor, humorista, diretor, entrevistador e até iluminador.Ele começou na antiga rádio Excelsior de São Paulo com apenas 11 anos de idade. No início da década de 60 veio para o Rio, trabalhar na TV Continental.
No Rio, passou a freqüentar a turma da Bossa Nova e conheceu Ronaldo Bôscoli, o seu grande parceiro e amigo de sempre. Juntos, Miéle e Bôscoli produziram centenas de shows e a assinatura da dupla era uma garantia de sucesso. Até a morte de Ronaldo Bôscoli, eles eram os responsáveis por todos os shows de Roberto Carlos.Mas o sucesso como diretor e produtor jamais o afastou dos palcos e da condição de um versátil showman, caracterizado sempre por muito humor e a elegância de seus smokings, a sua marca registrada.
domingo, 25 de maio de 2008
'1968 foi muito longe, às vezes até demais'
No livro "1968 - O Que Fizemos de Nós", personagens nacionais de destaque da geração meia-oito expõem suas visões sobre o período e como o pensamento da época se desdobrou nas gerações seguintes. Estão lá o cantor e compositor Caetano Veloso, a historiadora Heloísa Buarque de Hollanda, o economista César Benjamim, o deputado Fernando Gabeira, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ministro Franklin Martins e o ex-ministro José Dirceu.
O novo livro está sendo lançado numa caixa, com uma edição revista do primeiro. No próximo dia 6, Zuenir lançará a obra em Cachoeiro de Itapemirim, durante a Bienal Rubem Braga (www.bienalrubembraga.com.br). Otimista, o autor acredita que "olhar para o retrovisor" é importante na hora de seguir em frente, como mostra na entrevista a seguir.
· Qual a razão do fascínio que o ano de 1968 exerce até hoje, 40 anos depois?
Esse é um dos grandes mistérios, essa longevidade que faz com que 1968 ainda desperte tanto interesse e atenção. É impressionante como um ano consegue condensar tanto carisma e atração. Claro que há hipóteses, muitas coisas aconteceram neste ano, no plano da política, da tecnologia, do comportamento. Ele é a síntese de uma década em que o homem foi à Lua, do surgimento da pílula anticoncepcional... esses avanços fazem dele um ano tão carregado de simbologia.
·Você diz que espera que daqui a 20 anos 1968 esteja superado. O que você quer dizer com isso?
Por mais importante que 1968 seja, a vida continua. O mundo e o Brasil não podem ficar presos a um passado, é preciso ir em frente. Mas não adianta simplesmente cancelar 1968, negar a sua importância, pois não é dessa maneira que se supera uma data. Se eu fosse atender a todos os pedidos de palestras sobre 1968 teria que me desdobrar. É importante toda essa discussão, é a partir dela que podemos avançar. É importante olhar para ele para compreendê-lo. Só assim ele vai esgotar seu potencial de lições para o futuro.
·Esse desejo de se querer recriar o 1968, seria uma forma conservadora de avaliar o que foi o ano para a história da humanidade?
É mais, é uma forma perigosa, pois não se pode imaginar que é possível repetir o passado. O passado tem que ser analisado para seus erros não se repetirem. É como em um carro, você usa o retrovisor para seguir em frente. Por mais fascinante que seja o que passou, é necessário seguir em frente. Existe uma tendência de se idealizar o passado. É preciso tomar muito cuidado para não querer mimetizar 68. No livro, o Caetano (Veloso) diz que, para ser parecido, teria que ser muito diferente. Eu procuro não ter uma visão nostálgica, mas crítica. Não quis omitir nenhum problema que 68 encerra.
·Qual é a diferença de 1968 no Brasil e no resto do mundo? E as similaridades?
No Brasil, o 1968 teve uma motivação política, por causa do regime militar. Todas as manifestações eram contra a ditadura. Na França, o movimento foi de libertação sexual, começou na Universidade de Nanterre, com os estudantes reivindicando um dormitório misto, e no Brasil a motivação foi a morte de um estudante (Edson Luís de Lima Souto, em 28 de março, no Rio). A cada dez anos há um 68 relembrado, mas sempre com um conteúdo político. O curioso é que a maior herança de 68 é a revolução dos costumes. Isso de maneira geral, sobretudo no Brasil.
·Dos desdobramentos positivos de 68, você destaca alguns como o maior respeito às preferências sexuais e aos direitos da mulher, e o fortalecimento dos movimentos negro e gay. Poderíamos ter chegado mais longe do que estamos hoje?
É muito difícil trabalhar com hipóteses, 68 foi muito longe, às vezes até demais. Talvez a razão de sua permanência tenha sido por antecipar muita coisa de hoje. É claro que alguns avanços tiveram de ser interrompidos, por exemplo, houve uma contra-revolução sexual que foi a Aids. Mas de maneira geral avançou-se muito. É difícil prever ser poderia ter avançado mais. Hoje há até uma espécie de pisada no freio, no plano de comportamento, os filhos ficam mais tempo na casa dos pais. Os tempos são outros, as preocupações dos jovens são outras, como o desemprego e o futuro incerto.
·É o que define a geração atual?
A própria reação a essas preocupações também a definem. É uma geração que pensa mais no presente até porque o futuro não dá perspectivas seguras. Não quero dizer que a juventude atual seja pior ou melhor que a de qualquer outra geração.
·Fala-se muito nas mudanças comportamentais a partir de então. Até que ponto as liberdades conseguidas não foram confundidas com permissividade, seja, por exemplo, nas relações entre pais e filhos ou no próprio convívio social?
Uma das acusações mais comuns é essa, a de que 1968 seria o culpado pelo desregramento que ocorreu depois. É como querer dizer que todos os problemas de um adulto surgiram na infância. Só que na verdade o problema é do que se fez desse legado. É um viés que não é correto. É uma herança mais plural, não pode ser resumida a esse maniqueísmo.
·Você cita as drogas como o legado maldito daquela época. Mas você fala isso por conta dos efeitos do seu uso ou por conta da guerra que se tornou o seu comércio?
Nos anos 60, havia uma coisa experimental, de expansão da consciência. Hoje ela foi apropriada pelo narcotráfico. E há também o fato de não se saber lidar com elas. Poucos países enfrentam a questão de uma maneira mais social do que policial. As pessoas tratam o seu consumo como um caso de polícia, e é um caso de saúde pública. Não há, a longo prazo, uma solução para essa questão.
·Como foi a sua experiência numa rave?
Nessa tentativa de fazer paralelo da juventude atual com a geração de 68 cheguei a ir a uma rave. Há claramente um vestígio de 68 nessa manifestação musical. Aquele visual psicodélico, de paz e amor, a busca da vertigem, tudo isso continua lá. Mas hoje não existe mais uma ilusão, é simplesmente uma fuga, um divertimento. Um prazer que leva a dependência. A maneira de vivenciar as drogas é diferente. A não ser que se seja ignorante aos efeitos. Não falo no uso recreativo, falo no uso de dependência. É preciso discutir isso sem hipocrisia e encontrar caminhos que não sejam só o da repressão.
·Outra herança negativa que você expõe é a "violência edificante". Essa idéia levou boa parte das organizações contrárias à ditadura para a luta armada, cujas ações eram seqüestros, assaltos a bancos e atentados. A idéia de que os grupos criminosos do Rio, por exemplo, seriam filhos desses tipos de ações é verdadeira?
Acreditava-se na violência legítima, e sabe-se hoje que a violência nem nesses casos é legítima. Na verdade não foi isso o que ocorreu. No encontro dos presos políticos com os presos comuns, na década de 70, o que os primeiros fizeram foi orientar as reivindicações, nas formas de mobilização. É um erro atribuir aos militantes daquela época mais esse pecado.
·Você viveu o 1968 no Rio, a capital mais efervescente do país. Você acha que o Brasil inteiro na época tinha noção do que estava acontecendo?
No Brasil, foi um movimento de classe média e não operário. Acredito que não foi só nos principais centros urbanos que a população sentiu que algo acontecia. Estive em Belém agora para um debate e fiquei impressionado, o movimento chegou lá e foi forte.
·Ziraldo e Jaguar são dois nomes marcantes da geração de 68. Como você vê toda essa polêmica em torno das indenizações de R$ 1 milhão que eles aceitaram receber?
Eu acho que a lei de anistia e um instrumento legítimo e universal de reparação. Todo país civilizado que passou por um regime ditatorial tem uma lei dessa. Houve muita distorção nesse processo de concessão de anistia. Mas dizer que é uma bolsa-ditadura também é uma distorção. Em 1995, o sindicato dos jornalistas aqui no Rio de Janeiro entrou para corrigir aposentadorias defasadas. Logo em seguida, a gente viu que tinha gente que nunca tinha pisado numa redação que estava no bolo para receber esse dinheiro. A primeira coisa que fiz foi retirar meu nome daquela lista e escrevi um artigo no Jornal do Brasil justificando as minhas razões. O superintendente tentou me convencer, dizendo que eu estava abrindo mão de um direito. Agora, com esse caso do Ziraldo e do Jaguar, alguém me disse para eu confirmar se meu nome tinha sido retirado da lista. Liguei para um advogado e descobri que, apesar de ter entregado os documentos para retirar meu nome, ele ainda estava lá. Com essa história eu descobri que é mais fácil você receber essa indenização do que recusá-la. Não se pode julgar a lei de anistia pelas distorções.
·Você parece ser um otimista em relação ao futuro. Em que você baseia esse otimismo?
Sou sim, mas como mineiro, eu tenho muita cautela. A gente está sempre olhando com desconfiança. Apostar no futuro é sempre problemático. Só que acredito que o pessimismo leva a uma acomodação, por isso sou otimista, pela capacidade de ação.
Texto:
Carol Rodrigues
Publicada no Jornal A Gazeta no dia 25 de maio de 2008.
Trecho do livro "1968 - O Que Fizemos de Nós"
sábado, 24 de maio de 2008
Resultado do concurso "Sabiá da Crônica"
sexta-feira, 23 de maio de 2008
Concuso estudantil de crônica
Título : Ao meu avô
Nome: Bruno de Lima Santos
Série; 8ª
Escola: EMEB Anísio Vieira de Almeida Ramos
Escola Pública Estadual
Pseudônimo: Dedé de Sá
Título: Contato de Afeto
Nome: Débora Sampaio de Almeida
Série: 2º ano
Escola: CEI – Centro Estadual Àtila de Almeida Miranda
Escola Particular
Pseudônimo: Laura Abelha
Título: Geração do Descaso
Nome: Maria Clara Cardoso Gomes Zampirolli
Série: 3º ano
Escola: Centro de Ensino Cachoeirense Darwin
Escola Pública de outro Município
Pseudônimo: Cronista Caipira
Título: Para que servem as idéias de um gênio?
Nome: Halaf Spano de Castro
Cidade: São José das Torres – Mimoso do Sul
Série: 1º ano do Ensino Médio
domingo, 18 de maio de 2008
Rubem é referência para grandes escritores
Ana Maria Machado, junto com grandes nomes da literatura como Carlos Heitor Cony, Ignácio de Loyola Brandão e Zuenir Ventura estarão, entre 5 e 8 de junho, em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, cidade onde Braga nasceu, na Bienal Rubem Braga 2008.
sábado, 17 de maio de 2008
Mais de 20 livros serão lançados na Bienal
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Cronista de BH divulga Bienal
Na crônica, Danilo passeia pelo lirismo à exemplo do mestre Braga.
Escreveu o colunista: "Vou engraxar as botinas e escovar o chapéu de cerimônia, além de mandar para a lavanderia a fatiota domingueira, mas sem gravata, para ficar mais à vontade. Vou correr mundo, senhores, vou bater pernas como fazia outrora o capixaba Quinca Cigano. Quero ir de trem-de-ferro, descer na estação e pegar cavalo de boa andadura, para vencer algumas léguas até o destino final da andança.
Mas, afinal, para onde vai o velho escriba marianense? Pois já lhes digo, irmãos caríssimos. O velho cronicador pretende arranchar na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, no nobre Estado do Espírito Santo, para participar da Bienal Rubem Braga. Será uma bela homenagem ao grande e saudoso cronista, nascido em 1913 e falecido no Rio, em 1990, autor de tantos livros, todos do mais fino lavor, como diria um antigo poeta parnasiano, devoto de Olavo Bilac.
Na verdade, trata-se da II Bienal Rubem Braga. Será realizada de 5 a 8 de junho, na cidade onde ele nasceu e começou a escrever crônicas("Correio do Sul", jornal da família).
O tema será "A crônica e o meio ambiente" e os debatedores serão Ignácio de Loyola Brandão, Carlos Heitor Cony, Danuza Leão, Ana Maria Machado, Zuenir Ventura, Antonio Carlos Secchin, Paulo Cuenca e outros. Caladão, "urso cavernícola" (título que dava a si mesmo o escritor mineiro Eduardo Frieiro), discreto, arredio (embora mulherengo), Rubem Braga talvez não apreciasse a luz dos holofotes e das gambiarras (como certos políticos). Mas que merece a homegem, merece, por ter sido um extraordinário escritor, o viajante erudito, o poeta da narrativa curta (crônica e conto), o estilista do coloquial, o mestre do lirismo, da melancoliae do bom humor. Além disso, o enamorado de Tônia Carrero, como ela própria me confirmou, aqui em Brasília, no Palácio do Planalto, numa cerimônia pública, há coisa de dez anos.
Vale lembrar, aqui, a magnífica obra recém-publicada, "Rubem Braga - Um Cigano Fazendeiro do Ar", de autoria do falecido Marco Antonio de Carvalho, da Editora Globo, 2007. Em 610 páginas, parece-me a biografia definitiva do nosso extraordinário cronista, que um dia entrevistei aqui mesmo, Em Brasília, em 1986.
Crônica, gênero menor? Menor coisa nenhuma! Antes uma boa crônica que um mau romance, ora, bolas, ora, pílulas! Importa a qualidade.
Em tempo: Quinca Cigano era um tio esquisitão de Rubem Braga. Não parava quieto em lugar nenhum. Rueiro e viajeiro. Aparecia e sumia, que nem um cometa, um caixeiro-viajante. Rubem Braga lhe dedicou uma crônica imortal. Imortal e antológica, como todas as crônicas que escreveu, como bem sabe a cronista Leida Reis.
Já vou reservar uma pousada, um rancho, uma pensão familiar (afinal sou um vovô) à beira do Rio Itapemirim. Com passarim trinando.... Com a graça de Deus Nosso Senhor, essa eu não perco, nem que a vaca tussa, nem que chova canivete. Sou capaz até de comprar chapéu novo, na Casa Cabana, em frente ao Mercado Central de Belo Horizonte, j'ouviu, cronista Regina Mota?", conclui Danilo.